Os textos descritivos apresentam ascaracterísticas de uma determinada entidade presente no texto, como um objeto, um cenário e uma pessoa.
Essa apresentação pode ocorrer de forma subjetiva, quando há a presença da opinião, das observações ou dos sentimentos do autor a respeito da cena retratada, ou objetiva, quando a cena é simplesmente descrita de forma impessoal.
Geralmente acompanham outros tipos textuais, em especial a narração, como instrumento auxiliar para inserir o leitor em uma determinada situação.
As classes gramaticais predominantes em uma descrição são os adjetivos, as locuções adverbiais e os substantivos.
Os verbos empregados são predominantemente de ligação e geralmente são conjugados no presente ou nos pretéritos (passado) do indicativo.
Alguns recursos podem ser utilizados para auxiliar a descrição, como a enumeração, a comparação, o uso de metáforas (comparações implícitas) e a descrição dos efeitos do objeto da descrição sobre os cinco sentidos (cores, dimensões, sons produzidos, cheiros etc.).
Exemplo de descrição objetiva:
“As terras de Sor Eustace tinham três vilarejos pequenos, não mais do que um punhado de casebres, currais e porcos. O maior ostentava um septo de um cômodo e telhado de palha, com imagens imperfeitas dos Sete rabiscadas nas paredes com carvão. ”
Fonte: (A Espada Juramentada, em O Cavaleiro dos Sete Reinos, George R.R. Martin)
Exemplo de descrição subjetiva:
“O baixo-relevo era um tosco retângulo com menos de dois dedos de espessura e uns doze a quinze centímetros de comprimento, obviamente de origem moderna. O seu desenho, contudo, nada tinha de moderno na atmosfera e no que sugeria; pois, embora os caprichos do cubismo e do futurismo sejam muitos e desvairados, não reproduzem com frequência aquela regularidade críptica que se insinua na escrita pré-histórica. E a maior parte daqueles desenhos com certeza parecia algum tipo de escrita, ainda que a minha memória, bastante familiarizada com os papéis e coleções do meu tio, não conseguisse identificá-la ou sequer suspeitar de suas afiliações mais remotas.
Acima desses hieróglifos aparentes havia uma figura de evidente intenção pictórica, embora sua execução impressionista impedisse uma ideia muito clara de sua natureza. Parecia um tipo de monstro, ou de símbolo representando um monstro, cuja forma só uma mente doentia poderia conceber. Se eu disser que minha algo extravagante imaginação lhe atribuía ao mesmo tempo os traços de um polvo, de um dragão e de uma caricatura humana, não estarei sendo infiel ao espírito da coisa. Uma cabeça polpuda e tentaculada encimava um corpo grotesco e escamoso dotado de asas rudimentares; mas era o contorno geral do todo que chocava. Atrás da figura havia uma vaga sugestão de cenário de arquitetura ciclópica. ”
Fonte: (Horror na Argila, em O Chamado de Cthulu, de H.P. Lovecraft)